Wheatfield with Crows, 1890, Van Gogh Museum, Amsterdam
O seu jeito de escrever, seu estilo, sua verdade, sua mensagem, sua loucura e simplicidade, tudo faz parte de cantos interiores, viscerais, que são únicos, próprios de cada um e de cada vida.
Para descobrir as suas palavras e sua maneira de lidar com elas (destino — conteúdo — caminho) é preciso sair do chuveiro, do armário, da toca, do buraco, de seja lá onde for que você se esconda, reprima, adie, fuja.
Escritores vivem de palavras, ideias e textos que apenas esperam a hora certa de se expressar.
Botar a cara à tapa é uma atitude corajosa e necessária. Menos para os outros, muito mais para nós mesmos.
Assim nos expressamos, nos jogamos, nos colocamos intensamente ou sutilmente para alguma forma de linguagem.
Muito mais do que sós, até fora de nós mesmos, com todo o desafio e medo de encarar o vazio.
Não importa tanto o que os outros vão achar, mas o que você vai descobrir de si mesmo.
Mas essa matéria vital que você vai extrair de suas experiências e emoções ainda tem que ser trabalhada, destilada, reconstruída e modelada.
A parte da arte e do trabalho entra aí para refinar, transformar isso em algo que não é só seu.
Com carpintaria, imaginação e visão crítica também.
Ninguém poderá ser mais crítico e consciente do valor do que se escreve do que a própria pessoa. Para isso você vai ter que se multiplicar e desdobrar.
Você nunca foi um indivíduo único e jamais será. Escritores e artistas logo descobrem isso no seu processo de criação, criando e destruindo contínuamente.
No final de tudo, o que fica?
Escritores que conseguem achar um caminho para trilhar sabem que todo tempo é relativo mas que seus sonhos e desejos serão sempre infinitos.
O que se escreve quando é realmente bom, nunca é de ninguém e nunca será.
Porra, até que enfim as palavras dizem o que tem
que ser dito.Cada um é cada um.Vamos em frente
que atrás vem gente.Abraços, Manuel
Manuel M.Pereira, Rio de Janeiro RJ 24/06/2017 - 17:44
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