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A valorização do diploma em regência coral
Márcio Buzatto

Repensar a atividade profissional do regente coral no Rio Grande do Sul, e por que não no Brasil, já é uma necessidade. Não há regulamentação de concorrência quanto ao mercado de trabalho ou organização de classe que possa orientar e fiscalizar a função, mesmo quando se trate de instituições de ensino ou de entidades subsidiadas com verbas públicas, nas quais seria razoável que o profissional contratado possuísse ao menos um curso superior em regência coral – curso em que a UFRGS é referência em âmbito nacional. Os egressos do Bacharelado em Música com habilitação em Regência Coral da Universidade enfrentam dificuldade de se estabelecer profissionalmente, tanto pela concorrência livre com os regentes sem formação quanto pela baixa remuneração praticada por falta de uma orientação de classe.

Outras profissões, como as da área da Medicina ou do Direito, por exemplo, já trilharam esse longo caminho da regulamentação de classe e hoje estão entre as atividades mais organizadas com relação à remuneração e à concorrência ao emprego. Nesses casos, sem um diploma ou uma prova de ordem regulamentada, torna-se ilegal exercer a profissão, e isso garante a devida valorização do estudo acadêmico. Esse processo toma dimensões completamente diferentes na Ordem dos Músicos do Brasil – órgão voltado mais para não diplomados em universidades do que para bacharéis ou licenciados em Música. Não encontrando na OMB a solução para esses problemas, a alternativa é discutir a implementação de um órgão específico, seja associação, ordem ou sindicato.

O diploma universitário é documento desnecessário em grande parte das contratações. No momento em que a música volta às escolas, procura-se melhor qualificação no ensino superior, e também no momento em que precisamos de transparência e justificativas de gastos públicos é sensato que se discuta a profissão do regente e se valorize o estudo acadêmico com uma legislação adequada e cuidadosa em seus detalhes.

De uma forma prática, em primeira instância, seria necessário somente regulamentar os empregos mantidos com dinheiro público e também os postos de cunho educacional, pela obviedade dos motivos. Como consequência desse ainda “hipotético” processo, haverá grande incentivo aos que já atuam na profissão e que ainda não tenham um estudo específico e acadêmico, para que voltem ou comecem a estudar para qualificar ainda mais suas capacidades e conhecimentos. Como referido, há espaço para todos e é possível, numa mesma classe trabalhadora, atuarem amadores e profissionais, graduados e não graduados, basta se estabelecerem as diretrizes. De qualquer modo, quer-se garantir uma valorização do estudo acadêmico, por pequena que seja, em recompensa aos investimentos feitos pelos alunos, pelos professores e pelo governo federal.


13/08/2009

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Comentários:

Li o texto sobre a titulação para exercer a profissão de regente,bem como a questão da necessidade de qualificação dos profissinais e sua remuneração.Gostei muito.Pergunto: Porque não existem maiores movimentos em torno desses assuntos?Por que a classe de musicistas não fazem mais "barulho",envolvendo a classe docente e demais profissões afins para abreviar um resultado mais positivo na área musical e pedagógica ?
Marlise Rodrigues, Panambi/RS 13/06/2011 - 23:11
Depois que o ministro dos capangas cassou o diploma dos jornalistas, temo que os únicos diplomas que se valorize neste país seja o dos advogados e médicos.
Marcelo Spalding, Porto Alegre, RS 17/08/2009 - 10:26

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