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Artes Plásticas

Papo debate as artes plásticas na terra da Bienal do Mercosul (e da B)
Marcelo Spalding

O primeiro Papo de Artista de 2009, ano de Bienal, aconteceu no sábado, dia 28 de março, na Azul Galeria Produtora. Nossa anfitriã foi a artista plástica, produtora e proprietária da Azul Gaby Benedyct. Gaby foi curadora da Bienal B, realizada em 2007 paralelamente à Bienal do Mercosul, e este foi exatamente o tema do Papo: as artes visuais na terra da Bienal - como os artistas locais participam da Bienal e de que forma a Bienal fomenta a produção local?

Participaram cerca de 20 artistas, e foi um consenso que estes grandes eventos, com muito dinheiro captado através de Leis de Incentivo públicas, deveriam abrir mais espaço para a produção local, e que cabe exatamente aos artistas locais essa cobrança. Segundo Gaby, algo já se avançou nesse sentido com a Bienal, mas o caminho parece longo. Abaixo um resumo do Papo, nas palavras da nossa anfitriã:

Imagina-se que a Bienal do Mercosul, por seu porte e múltiplos papéis, tenha políticas e ideais bem maiores que somente as questões locais, ajudando a dimensionarmos o papel da arte para além de nossas fronteiras e até generalizando muitas questões afim de facilitar as relações da arte com o público. Contudo, nesse processo, suas dinâmicas com o mercado local tem se dissolvido ao limiar do zero, visto que as luzes ao cenários artístico regional são muito tênues. Temos uma grande movimentação em torno da divulgação da arte, mas não existe o fomento do consumo de arte, não para os artistas gauchos.

Talvez a culpa também se encontre na forma que o próprio artista gaucho se coloca na interação com este mercado, nas sua falta de informação sobre as segundas e terceiras intenções que uma Bienal carrega em termos de sustentabilidade da prudução artística, pois estes caminhos só começam a ser percebidos quando o artista já participa ativamente deles. Não se discute mercado de arte na universidade, nem no jornal, quase não existe literatura à respeito. Muito mais que divulgação de arte e artistas, o formato bienal produz mídia sobre artistas e obras que se revertem em público interessado em adquirí-los. Logo, se os artistas gaúchos, se o cenário artístico local fica de fora, ficará de fora também do desejo de aquisição. Entre adquirir um picasso desconhecido e um picasso famoso em quem o público irá investir? Ou restam dúvidas sobre o poder da mídia atual?

Os movimentos Bienal B e Essa Poa é Boa que aconteceram em 2007, ao mesmo tempo que surpreenderam a própria Bienal do Mercosul, geraram várias questões que não podem mais passar em branco. Seria um erro imaturo ignorar tais iniciativas e a Bienal do Mercosul é composta de pessoas altamente qualificadas e articuladas que com certeza já ewstão refletindo sobre estas questões desde que elas estavam acontecendo. Pelo contrário, é natural que a Bienal do Mercosul tenha assimilado grande parte dos conceitos envolvidos nestes dois eventos paralelos transferindo-os para o DNA da próxima Bienal do Mercosul, contudo, acho difícil que eles estejam pensando políticas operacionais de sustentabilidade ao mercado local e mesmo que pinçem meia dúzia de artistas locais, ainda assim haverá um universo importante de arte qualificada que também deveria ser articulada com o público. Acredito que mesmo que a Bienal do Mercosul tenha mudado bastante e se flexibilizado, ainda restará muito o que fazer em termos de mobilização local. Os artistas gauchos não devem esperar muito... acho que já devem ir pensando em como apropriar-se do momento e interagir.

Ao que tudo indica, a Bienal B acontecerá novamente este ano, através da articulação e curadoria de Isabel de Castro, com produção executiva da Adriana Donato, da produtora Gaius Maecenas. Reuniões estratégicas estão sendo feitas com um núcleo operacional inicial super enxuto. Não haverá mais inscrições individuais. A intenção é mostrar os espaços de produção e a capacidade de articulação dos artistas. Serão aceitas inscrições de projetos de exposições prontas, com datas agendadas nos locais por eles articulados. A Bienal B não fornecerá espaços. Mas tudo isso será bem explicado no Edital que está para sair nos próximos dias de abril, com a devida divulgação pela imprensa. O negócio é já ir pensando com quem se associar pra montar o coletivo de exposição e qual o lugar que será agendado para mostrá-la. Artistas que já tem atelier, basicamente, já tem o espaço, basta montar a exposição com colegas e com um conceito que faça tudo dialogar.

E vamos trabalhar que tem muito por vir, bom 2009 a todos!

Gaby Benedyct


02/04/2009

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Comentários:

MUITO LOUVAVEL ESPAÇO OFERECIDO PARA OS ARTISTA ESTAREM MOSTRANDO SUAS CRIAÇOES. PARABENS PARA OS ORGANIZADORES. ABRAÇO
LUCIO, campo grande ms 04/08/2011 - 23:10
OI acho ótimo para quem pode participar de uma BIENAL do MERCOSUL mais ao mesmo tempo para o Artista Brasilero é complicado pois aida temos pouca oportunidade no mercado, e isso dificulta o nosso progresso ainda é preciso esperar. JOSÉ CARLOS de BRITO...
JOSÉ CARLOS DE BRITO, BRASILIA DF 13/07/2010 - 21:11

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