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A música erudita no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul, atualmente, é um dos principais pólos de música erudita no Brasil. O cenário próspero que hoje se vislumbra, contudo, tem antigas raízes, tendo em vista que de há muito a música clássica/erudita vem sendo cultivada no extremo sul do país. Com efeito, à população de origem lusitana, índia e negra, acrescentaram-se, a partir do século XIX, muitos imigrantes estrangeiros, que trouxeram a música clássica como uma de suas referências culturais, o que especialmente se verificou por parte dos alemães e italianos; mas também em vista da afluência de indivíduos de outras nacionalidades européias, tais como poloneses, ucranianos, franceses, espanhóis, suiços, etc. A contribuição dos alemães foi especialmente significativa, pois fundaram diversas agremiações, clubes e sociedades musicais. No século XX, em face da ascensão do nazismo na Europa, também alguns músicos de ascendência judaica vieram radicar-se no Brasil. Neste sentido, a cena musical gaúcha foi especialmente enriquecida com o aporte, por exemplo, de nomes do quilate do maestro Pablo Komlós, judeu húngaro que desempenhou papel fundamental na criação e consolidação da Ospa, e do maestro Henrich Peyser, que atuou à frente da Orquestra da Rádio Farroupilha. No tocante ao canto lírico, destaque para a professora Ida Weisfeld.

Porto Alegre contava, até cerca de meados do século XX, por exemplo, com a atuação bastante destacada do Club Haydn, fundado por imigrantes alemães, o qual, posteriormente, virou um dos departamentos do clube Sogipa (antiga Sociedade Turner-bund), em recitais e apresentações que muitas vezes eram realizados no Theatro São Pedro. Diversos outros grupos e associações mantinham a Capital com uma ativa agenda de música erudita, que encontrava vazão não apenas no centenário teatro, mas também em clubes sociais e sociedades, em saraus em casas de famílias, nos cine-teatros (tais como o ainda ativo Cine Imperial, e os extintos Central, Coliseu, Recreio Ideal, Colombo, Rex, Avenida, Baltimore, etc.), e mesmo em salas menores, como a Sala Beethoven, que ficava na Rua da Praia. Deve ser destacada também, neste período, a atuação do Orfeão Riograndense. Em Pelotas, que, diga-se de passagem, rivalizava culturalmente à época com a Capital, contando com movimentada atuação musical em seus belos teatros, constituindo-se em parada obrigatória para temporadas de artistas em viagem para o Prata, havia, por exemplo, o Club Beethoven, dentre várias outras sociedades musicais. Rio Grande, que foi uma das primeiras povoações em solo gaúcho, também se destacava neste sentido, assim como outras cidades menores do sul do Estado. Esta movimentação no campo da música erudita manteve-se ascendente em Porto Alegre, o que culminou com a criação da OSPA, orquestra de renome internacional, contando com já citado maestro Pablo Komlós à sua testa. A OSPA, que é a segunda orquestra mais antiga em atividade no Brasil, criada em 1950, teve como base músicos atuantes na Banda Municipal e nas Orquestras das Rádios Farroupilha e Gaúcha, bem como vinculados ao Sindicato dos Músicos do RS, dentre outras origens. Atualmente a Ospa é regida por Isaac Karabtchevsky, mas já teve regentes da envergadura de David Machado, Salvador Campanella, Túlio Belardi, Eleazar de Carvalho, Flávio Chamis, Arlindo Teixeira, Cláudio Ribeiro, Ion Bresson, Paulo de Tarso, Tiago Flores, Carlos Prazeres, Manfreto Schmiedt, entre outros.

De fato, a história da música erudita no RS está recheada de inúmeros instrumentistas do mais alto quilate, bem como de maestros e de compositores, tais como Joaquim Mendanha, Murillo Furtado, Luis Cosme, Natho Henn, Breno Blauth, Walter Porto Alegre, Vitor Neves, Artur Etges, Tasso Bangel (que foi integrante do Conjunto Farroupilha, dedicado à música tradicional gaúcha e à MPB), Antônio Corte Real, Júlio Grau, Zacharias Valiati (que criou o Clube dos Flautistas, nos anos 70), Salvador Campanella e Roberto Eggers (ambos com destacada atuação à frente das orquestras das rádios Gaúcha e Farroupilha), Bruno Kiefer, Araújo Vianna, Natho Henn, Léo Schneider, Paulo Guedes, Armando Albuquerque, Hubertus Hofman, Esther Scliar, dentre incontáveis outros. E também grandes músicos circulavam com facilidade entre os campos erudito e popular, caso de Radamés Gnatalli, Dante Santoro, Eduardo Nadruz (Edu da Gaita), etc.

Espalhados pela Capital e em outros pólos, o RS sempre contou com diversos cursos e muitos professores de música, o que culminou com a criação do Instituto de Artes da URGS (atualmente UFRGS), responsável pela formação de bacharéis em música nos diversos instrumentos e no curso de composição e regência. Atualmente, cabe salientar a trajetória, no campo erudito, de compositores como Antônio Carlos Borges Cunha, Fredi Gehrling, Celso Loureiro Chaves, Fernando Mattos, Flávio Oliveira, Frederico Richter, Dimitri Cervo, Felipe Adami, Diego Silveira, Martinêz Nunes, etc., alguns dos quais se dedicam à música erudita em variados estilos, inclusive de tonalidade vanguardista. Há também uma nova geração de compositores de música erudita de vanguarda, inclusive eletrônica, que também se destaca por sua atuação no campo da música popular e no rock, podendo-se indicar os nomes de Luciano Zanatta, Yanto Laitano, Ângelo Metz, Marcelo Birck, dentre outros. Impõe-se destacar também o Fábio Mentz Quarteto, o conjunto Ex Machina, o Grupo de Música Contemporânea, dentre outras formações. Também é destaque o Conjunto de Câmara de Porto Alegre, responsável especialmente por resgatar a música medieval em seu repertório, com atuação longeva.

No momento presente, o RS conta com diversas orquestras de alto nível. Além da Ospa, temos a Orquestra Filarmônica da PUC, a Orquestra da Universidade de Caxias do Sul, a Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, a Orquestra SESI-FUNDARTE, a Orquestra Sinfônica de Santa Maria, a Orquestra Sinfônica de Pelotas, a Orquestra de Câmara da Ulbra, a Orquestra Juvenil do RS, dentre outras formações no campo da música clássica. As orquestras em geral mantêm sites na internet.

Cabe salientar que Porto Alegre sempre teve como tradição a formação de grandes violonistas, de atuação tanto no campo da música erudita, como na popular. Além do Instituto de Artes, o Instituto Palestrina (onde, diga-se de passagem, aprendi meus primeiros acordes) era um centro de excelência na formação para este instrumento, realizando diversos seminários que traziam à Capital gaúcha alguns dos principais mestres no violão do Brasil e do mundo. O RS conta/contou com grandes virtuoses, tais como Mário Barros, Ivaldo Roque, Lúcio Yanel (argentino aqui radicado), etc.; e nesta trilha é que surgiram nomes atuais como os de Daniel Wolff, Fernando Mattos, Paulo Inda, Thiago Colombo, Yamandu Costa, Arthur Nestrovski, dentre muitos outros.

Outra tradição do sul é a revelação de grandes pianistas, que têm atingido fama inclusive internacional, caso de Miguel Proença, Roberto Szidon, Ney Fialkow, Olinda Alessandrini, dentre uma infinidade de nomes.

Impende referir também que o RS sempre foi solo fértil para a atuação de diversos corais, bem como para o desenvolvimento do canto lírico. Em termos de corais, diversos deixaram seu nome registrado na história, tais como os do Banrisul, da Caixa Estadual, da UFRGS, da Ospa, da Aços Finos Piratini, do 25 de julho, do Tribunal de Justiça, o Madrigal de Porto Alegre, dentre inúmeros outros. A cidade de Porto Alegre promoveu por anos, desde a década de 60, o seu famoso Festival de Coros, ocasião em que aqui aportavam várias formações de toda parte do Brasil e até do exterior. O Festival Panamericano de Coros chegou a ser sediado na capital gaúcha. O maestro Gil de Roca Sales é uma das figuras mais destacadas nesta seara.

Quanto ao canto lírico, aliás, cabe apontar que o RS conta com intérpretes do mais alto valor. O site http://www.agendaliricapoa.com.br fornece boas informações a respeito, inclusive apresentando biografias de cantores/cantoras/instrumentistas/maestros. Com efeito, a ópera vem sendo um gênero que tem apresentado uma boa movimentação no cenário cultural da Capital gaúcha.

De fato, denota-se que a música erudita vem crescentemente se desenvolvendo no RS, contando com o surgimento e o incremento de diversas formações, inclusive orquestrais, além da revelação de instrumentistas de grande valor.

 

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