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Notas do cotidiano РSa̼de dos gatos e dos tutores
Ana Mello


Quando era criança tive muitos bichos, entre eles vários gatos, viviam no pátio da casa, caçavam ratos, comiam restos de comida e não eram castrados. Não lembro de ficarem doentes ou morrerem, simplesmente sumiam.
Depois de adulta só tive gatos há quinze anos e mal sabia como cuidar deles. Fui aprendendo com outras pessoas que também tinham pets e lendo na internet. Só um deles tive que castrar, os outros dois já vieram castrados. Levava uma vez ao ano para tomar vacinas e nada mais. Durante a pandemia chamei um veterinário em casa e foi confortável e prático. Tiveram algumas intercorrências, mas nada grave e troquei de veterinário porque o anterior mudou de cidade.
Só tive que me preocupar em levar em uma clínica em 2024 quando a Medusa comeu um plástico e eu fiquei com receio que tivesse ficado um pedaço na barriga dela e levei para um exame de imagem. Depois de ter ficado tudo bem ela comeu uma grama que comprei na feira e teve muitos vômitos e ficou fraca, quase desmaiando. Precisou ser internada por uma semana.
O primeiro choque foi a possibilidade de que ela morresse e depois a despesa que precisei pagar, mais ou menos 2700 reais com todos os exames e internação. Daí optei por fazer um plano de saúde para os três gatos (PetLove). Estava em férias e aproveitei para levá-los, um de cada vez para consulta e vacinas.
A Medusa tinha melhorado e a Amora possuía uma bola no cotovelo que a veterinária que vinha na minha casa perfurou com uma agulha na intenção de ver se havia líquido e não saiu nada, nem ar. Depois disso a bola aumentou.
Na clínica a veterinária me disse que parecia um sarcoma, era muito dura e aderida e isso poderia gerar uma amputação. Foi um choque e tanto.
Nem tinha resolvido o caso da Medusa que apresentava alguma coisa errada no estômago e intestino. Os exames de imagem da Amora apontaram para uma cirurgia e isso, mesmo com o plano de saúde significava gastar mais uns 4000 reais.
Me indicaram uma veterinária especialista (gastro) para a Medusa e com isso fui apresentada a uma outra clínica, um hospital veterinário. Busquei então uma segunda opinião para o caso do sarcoma. E confirmou-se o diagnóstico e a indicação de amputação.
Nesse meio tempo a Medusa passou a tratar a lama na vesícula e repor vitamina B12. Isso a deixou muito bem até o momento, nunca mais vomitou e está muito mais interessada pela comida. Ainda não ganhou muito peso, mas está mais disposta e ativa. O Sassá, que é o menino do trio acabou só fazendo a primeira consulta e o exame de sangue, ainda não consegui completar a revisão.
Isso tudo me fez descobri a existência do problema renal dos gatos. O nível de creatina subindo para níveis preocupantes com o envelhecimento e a maior causa de óbito dos felinos. Medusa e Sassá são gêmeos, com 14 anos e com creatina elevada.
Amora teve a pata amputada faz uma semana. Não é fácil ver uma gata linda e imponente, agora sem a pata e ainda em recuperação.
Fora toda a questão emocional ainda é preciso lidar com as questões do atendimento veterinário.
É caro, não existe perfeição no tratamento com os tutores. Ora acham que damos conta de tudo, como quando fui para casa tendo que lidar com os cuidados de uma sonda esofágica sem nunca ter nem ouvido falar.[O gato fica com um orifício no pescoço que deve ser higienizado diariamente, por onde entra um tudo plástico para alimentação e remédios.] Depois eu quis dar um retorno para a veterinária do primeiro diagnóstico e recebi uma crítica. Na opinião dela eu errei, optei por uma abordagem muito radical e causei um sofrimento desnecessário a Amora. Eu que lute!
Escrevo tudo isso para tentar ajudar outros tutores que não têm ideia de como pode ser doloroso e caro dar o apoio aos seus bichinhos quando adoecem. É sim muito importante contar com bons profissionais, mas é bem difícil que eles também te reconheçam e tratem como pessoas que tem medos e dificuldades.
Seguimos a vida, todos apreendendo porque não viemos a este mundo a passeio!

 

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