Queda Livre, de Stela Rates, chega a 2ª edição
Editora Metamorfose
O livro Queda Livre, de Stela Rates, chega a sua segunda edição após ter sido finalista do Prêmio AGES em 2019. O texto foi revisado e a obra deve ser publicada em breve. Na edição de 2023, a autora fez uma apresentação que reproduzimos na íntegra abaixo:
"A primeira edição de Queda Livre foi lançada na Feira do Livro de Porto Alegre, em 2018. Uma pequena janela, um respiro e uma necessidade em meio à construção dos meus dias de intenso trabalho acadêmico e científico. São contos e fotografias maturados ao longo de dez anos de participação em oficinas fotográficas e literárias. Os contos são, em parte, inspirados em vivências e observações de infância, esse lugar sempre tão presente, mas principalmente motivados pelo desconcerto que me causa o desamparo humano, inexorável. As fotografias são vestígios desse inexorável que vejo.
Em 2019, o livro foi finalista do Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores (AGES), na categoria contos, o que para mim representou uma validação de sua qualidade literária, indicando a pertinência de uma segunda impressão. Mas alguns pequenos detalhes no texto me incomodavam. Optei, então, por uma segunda edição, que só consigo trazer ao público agora, pós-pandemia e aposentadoria. Todo o texto foi revisado na busca de uma maior precisão gramatical e refinamento estilístico. E aqui vai um agradecimento especial à minha revisora, Elisa Rates. Também, foram alterados o título e a epígrafe do conto “Minotauro”, que passou a se chamar “Ela”. Distanciada no tempo, me pareceu que, na sua versão original, esses elementos, mais do que entregar força ao conflito da história, poderiam distorcê-lo. Foram mantidas as generosas apresentações dos Professores Márcia Ivana de Lima e Silva e Luís Augusto Fischer. A Márcia fala de uma experiência completa, onde fotos, contos e epígrafes se inter-relaciionam indicando caminhos de interpretação. O Fischer acha que não, acha que, como a vida, textos e imagens se agregam meio sem forma ou destino nítidos. Deixo para você que me lê a decisão, porque assim é a literatura, e também a fotografia, só existem, de fato, quando encontram quem lê, quem olha. De todo modo, entrego também a minha pista, nas palavras de John Berger, que bem poderiam constituir uma nova epígrafe.
Um livro tem de avançar usando duas pernas, sendo uma a imagem, a outra, o texto. Ambas têm de se adaptar uma ao ritmo da outra. Ambas precisam se conter e não repetir uma o que a outra já fez."
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