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Sou natural de Porto Alegre, nasci em 26 de Janeiro de 1958. Resido em São Lourenço do Sul desde 1966. Comecei nas Artes Visuais como auto-didata mas em 2001 ingressei no Curso de Bacharel em Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas, com habilitação em Pintura. Conclui o curso em 2006. Atualmente atuo como artista visual participando de salões e exposições.

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"Quantas seriam as palavras ou os substantivos que poderiam vir a nossa mente e com a espontaneidade de quem é acometido por um gesto involuntário, tomariam voz e legitimidade quando nos deparamos com uma pintura como as de Ana Elen Kath? Certamente não saberíamos quantas seriam as palavras. O título do texto que se encaminha indica apenas algumas.

Além destas outras tantas poderiam ser ditas ou evocadas. Talvez isto ocorra porque a produção pictórica desta artista acomete nosso olhar através de uma intensa profusão de formas e elementos que embora repetidos pareçam completamente inusitados a cada momento que surgem. Criando sempre modos diferentes de interações entre eles, como se fosse uma sinfonia em que a repetição de um tema, elemento musical, desenvolve-se através variações rítmicas e tonais, multiplicando sempre as possibilidades sonoras.

Assim é a pintura de Ana Elen: exuberante, generosa com o olhar, dotada de uma doze intensa de inventividade. Calorosa, energética, empolgante. E por mais paradoxal que possa parecer, completamente precisa no “exagero”.

A repetição destes elementos “estranhos” constitui uma riqueza ornamental capaz de capturar nosso olhar e envolve-lo perigosamente no interior de um mundo que parece estar sempre brotando. Um mundo altamente sensual, empolgante, cheio de espetáculos; que incita o desejo de olhar, e conseqüentemente o prazer do olhar.

Uma visualidade apelativa, sedutora. Enigmática, pois dificilmente podemos prever até onde e em quais direções vão as tramas criadas pelas inesgotáveis combinações destes elementos ornamentais. Até onde levariam nosso olhar os desdobramentos e entrecruzamentos destes estames sinuosos que por vezes parecem deslizar serpentinos pela superfície da pintura?

O gosto pelo ornamental é algo muito comum quando se pensa em arte e cultura popular. E Ana Elen, a exemplo de outros artistas contemporâneos e históricos, apropria-se do ornamento, e do ato de ornamentar, pra estruturar plasticamente uma pintura virtuosa, de elaboração cuidadosa e com grande riqueza de detalhes. Mas, além disso, ornamento é tido como objeto de desejo de um pensamento artístico que prima pela visualidade e pela sedução do olhar."

Roger Coutinho
Ângela Macalossi

Texto foi editado na Revista Sou do Sul, edição 03 de outubro 2007.

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