Nós, alunos do Departamento de Arte Dramática do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS viemos por meio deste manifesto, apresentar nossa insatisfação com o descaso da Reitoria em relação aos espaços destinados a pratica e ao ensino das artes cênicas.
No momento, estamos sem teatro para apresentar os trabalhos produzidos dentro da Universidade por falta de manutenção adequada. O Departamento de Arte Dramática conta (ou contava) com duas salas para apresentação pública de trabalhos produzidos pelos acadêmicos: a sala Qorpo Santo e a sala Alziro Azevedo, que são utilizadas também como salas de ensaio devido à falta de espaço no Departamento.
A sala Qorpo Santo está fechada há cerca de cinco anos, mesmo tendo dois projetos de reforma e melhorias aprovados, com verbas em torno de 300 mil reais disponíveis. Os projetos de reforma e compra de equipamentos não são realizados, devido a paralisa burocrática de órgãos internos da Universidade.
Já a sala Alziro Azevedo, que há muito tempo sobrevive de forma precária - e até mesmo perigosa - na última semana teve que ser fechada e as apresentações foram canceladas.
Os problemas do curso de Teatro são muito maiores do que brevemente relatados aqui, mas esta é uma amostra de como os artistas e professores de artes, inclusive aqueles em formação, são tratados.
Necessitamos das condições mínimas para que prossigamos com nossas pesquisas e nossa produção intelectual de forma satisfatória e sem riscos aos estudantes. Até mesmo porque as apresentações de cenas e espetáculos são obrigatórias a todos os alunos da faculdade, inclusive àqueles cuja ênfase não seja em Direção ou Atuação. Mas como executar nossas tarefas acadêmicas, essas mesmas que a universidade prevê em seu currículo, se não há espaço para tal atividade?
Atualmente, todo o material de divulgação da MOSTRA DAD já está na gráfica, mas talvez este tenha que ser alterado em função do descaso da Universidade para com seus alunos. Estamos, neste momento, nos recusando a ocupar uma sala sem condições salubres de trabalho. Não podemos nos dispor a tomar choques ou deixar o público no escuro por falta de manutenção do espaço. No mínimo, seria desrespeitoso para o estudante que está apresentando o seu trabalho, para os professores que nos orientam artisticamente e apoiam a nossa reivindicação, e para o público que é a razão de ser de nosso trabalho.
Contamos com todo apoio universitário, artístico, e dos cidadãos para que esta situação seja resolvida o mais breve possível. Precisamos de uma reforma verdadeira e uma manutenção contínua, sem medidas paliativas, para que possamos continuar formando cada vez mais pessoas que são referências para a arte e cultura do nosso país e também fora dele; artistas, produtores e empreendedores.
Visto a importância do curso perante a formação de profissionais de teatro na cidade de Porto Alegre e as condições atuais que o mesmo se encontra, exigimos:
A reforma imediata e completa da instalação elétrica da sala Alziro Azevedo com uma equipe especializada na área de iluminação teatral.
Para finalizar o semestre necessitamos de uma sala equivalente à supracitada tendo em vista a apresentação de trabalhos dos alunos do departamento.
Início imediato das obras de reforma da sala Qorpo Santo.
Alunos do Departamento de Arte Dramática.
Porto Alegre, 28 de maio de 2012.
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