Escrita
Personagem principal, uma difÃcil escolha
Cláudia de Villar
O universo que rodeia a criação de um novo livro é singular e subjetivo. O momento de colocar no papel uma nova ideia é envolvido com muitas escolhas e etapas. Ao iniciar uma nova história a ser contada, além do tema em si a ser abordado, a construção de personagens é envolvida por etapas que são, muitas vezes, assombrosas. Como descrever as personagens? E, após a escolha da descrição das personagens secundárias, como construir a personagem principal?
A construção da personagem principal perpassa por muitas inquietações. Afinal, esta personagem será a liga entre o enredo, o leitor e o escritor. Ela tem que encantar, conquistar e, acima de tudo, segurar o leitor e a obra do inÃcio ao fim. Portanto, esta personagem, mais do que principal, ela é essencial.
Entretanto, a construção desta personagem tem que estar em boa sintonia com o enredo a ser abordado, desta forma, de acordo com a escolha temática, esta personagem pode ser amorosa, forte, delicada, amada e assim por diante. Mas como não errar a mão e exagerar nas descrições e na construção de uma personagem? Uma pitada a mais de sal pode fazer desandar toda história a ser contada e colocar a nova obra no hall dos piores livros produzidos.
Algumas vezes, a personagem é idealizada de uma forma, mas acaba, por meio do enredo, sendo desconstruÃda e reconstruÃda a cada página ou a cada capÃtulo, dando novas formas e novos sabores à personagem. Sendo assim, é preciso estar atento a cada fervura ou a cada página.
Por fim, a produção de um livro e a escolha da temática a ser abordada está fortemente ligada à construção da personagem principal, pois é ela que dará as coordenadas e a liga entre o escritor, a historinha a ser contada e o leitor. Ou seja, no cozimento da personagem, não devemos exagerar nem no sal e nem no açúcar, pois um livro é um alimento que se come com os olhos e que se encanta com o aroma das palavras.
10/03/2019
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Cláudia de Villar
Cláudia Oliveira de Villar é natural de Porto Alegre/RS e atua desde 2000 como professora de séries iniciais do ensino fundamental em escola pública estadual. Possui doze livros publicados, sendo dez para o público infanto-juvenil e dois para adultos: Eu também... (Alcance, 2005, infantil), Bola, sacola e escola (Manas, 2009, infantil), Zé Trelelé no Gre-Nal (Manas, 2010, infantil), Uma foca na Copa (Manas, 2010, infantil), Meu Primeiro Amor (Manas, 2011, infantil), Aprendendo a viver e ensinando a sonhar (Manas, 2012, adulto), Rambo, um peixe no fandango (Manas, 2013, infantojuvenil), Mano e a boneca de pano (Manas, 2013, infanto-juvenil, O Mistério do Vento Negro, volumes I e II(Imprensa Livre, 2014-2015, juvenil), Um Continho de Natal(Metamorfose, 2016) e o lançamento de 2018: Histórias para ler no Intervalo ( Metamorfose, 2018). Participou de três antologias, Brasil Poeta (Alcance, 2005), Casa do Poeta Rio-Grandense (Alcance, 2005) e Mercopoema (Alcance, 2005) e uma coletânea de contos, Metamorfoses (Metamorfose, 2016). Além do curso de Magistério, Cláudia é graduada em Letras, especialista em Pedagogia Gestora e Supervisão Escolar. Atua no meio educacional também como mediadora de leitura e, como jornalista colaboradora, a escritora é colunista do Jornal de Viamão/RS, bem como escreve para o portal Artistas Gaúchos, Homo Literatus e Almanaque Literário.
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