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Pensamentos ao longe e teclado bem perto
Cláudia de Villar

A difícil arte de criar e ter novas ideias são capazes de detonar qualquer escritor. Porque não basta ter que criar um novo texto, tem que ser um texto inédito, que não seja uma reprodução de um algo já pensado, editado e elogiado. Não basta querer escrever um texto com um tema pertinente, que esteja na moda. Há que se escrever o hoje desviando das frases corriqueiras, da linguagem repetida das redes sociais. Não basta querer falar de amor ou de dor, tem que se inovar no sentimento tão falado e tão lembrado. Eis aí a questão da tortura. Como inovar num mundo tão repleto de inovações, sugestões e criações? Parece que de uma hora para outra todos decidiram falar sobre terror, amor e dor.

Pois então, como é que se faz, senhor “publicador”? Como não ser repetitivo num mundo tão repetidor? Há anos que o amor e o povo são tidos como recursos e argumentos literários. Escritores do passado e do presente querem falar do sofrimento, das desgraças e do vento. Afinal, como o “eu” escritor poderei me sobressair nessa odisseia de ideias de repente tão novas e ao mesmo tempo tão usuais? Parece que de uma hora para outra, qualquer linha que se invente já tenha sido escrito e publicado por outro autor. Como ser inovador num mundo tão farto de escrituras e criaturas escreventes?

E, quando se tem em mente falar de algo bem banal, quase surreal, eis que surgem novos escritores também sedentos por banalidades e sonhos esperançosos pendurados em nuvens. E, desta forma, o que era uma banalidade inovadora passa a ser anedota de críticos literários. Como manter os pés bem fixos em nossos pensamentos, tendo um foco bem concreto se do nada surgem em letras garrafais, quase uma afronta à sua mente criadora frases e pensamentos tão idênticos aos que você lê sentado em frente ao seu computador? E pior, escrito por você?

Por fim, às vezes, nada mais parece novo ou inovador. Entra-se em livrarias e o que vemos são prateleiras abarrotadas dos mesmos textos, das mesmas ideias contadas sob outras formas de sentir. Pois afinal, não existe nada mais desesperador para o escritor do que ter que criar o que ainda não foi criado. A repetição de argumentos e pretextos se faz zona de conforto no momento de escrever. Entretanto, não basta reescrever o mesmo amor sob outra forma de amar ou de desamar. Certamente não será criado um novo sentimento para ser publicado, mas sim outros e novos olhares, talvez mais atentos, às novas formas de se amar, de se odiar, de escrever e de se reinventar.


26/05/2018

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  Cláudia de Villar

Cláudia Oliveira de Villar é natural de Porto Alegre/RS e atua desde 2000 como professora de séries iniciais do ensino fundamental em escola pública estadual. Possui doze livros publicados, sendo dez para o público infanto-juvenil e dois para adultos: Eu também... (Alcance, 2005, infantil), Bola, sacola e escola (Manas, 2009, infantil), Zé Trelelé no Gre-Nal (Manas, 2010, infantil), Uma foca na Copa (Manas, 2010, infantil), Meu Primeiro Amor (Manas, 2011, infantil), Aprendendo a viver e ensinando a sonhar (Manas, 2012, adulto), Rambo, um peixe no fandango (Manas, 2013, infantojuvenil), Mano e a boneca de pano (Manas, 2013, infanto-juvenil, O Mistério do Vento Negro, volumes I e II(Imprensa Livre, 2014-2015, juvenil), Um Continho de Natal(Metamorfose, 2016) e o lançamento de 2018: Histórias para ler no Intervalo ( Metamorfose, 2018). Participou de três antologias, Brasil Poeta (Alcance, 2005), Casa do Poeta Rio-Grandense (Alcance, 2005) e Mercopoema (Alcance, 2005) e uma coletânea de contos, Metamorfoses (Metamorfose, 2016). Além do curso de Magistério, Cláudia é graduada em Letras, especialista em Pedagogia Gestora e Supervisão Escolar. Atua no meio educacional também como mediadora de leitura e, como jornalista colaboradora, a escritora é colunista do Jornal de Viamão/RS, bem como escreve para o portal Artistas Gaúchos, Homo Literatus e Almanaque Literário.

claudiadevillar@yahoo.com.br
www.claudiadevillar.com.br
www.facebook.com/claudia.devillar


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