Desde o primeiro aninho ainda no colo da mãe, a criança deve entrar em contato com o livro. É preciso que a criança toque no livro folheia-o, cheire-o.
Atualmente há milhares de livros maravilhosos, atraentes, encantadores bem ao gosto de cada etapa infantil. Estão se multiplicando também os escritores de literatura infantil. A mãe ou o pai deve contar histórias, colocar CDS com historinhas que são uma imensa variedade. Sabe-se que isto não é fácil para os pais sempre muito ocupados, com o corre-corre do dia a dia, para a própria sobrevivência.
Há muitos casos em que a família se encontra só à noite. Os pais retornam já cansados por um dia estafante de trabalho. Muitas vezes os filhos ficam à mercê da babá eletrônica, a televisão, que já vai formando pequenos consumistas.
Na escolinha, é imprescindível que a professora coloque, entre as atividades infantis, a contação de histórias, o manuseio do livro e a visita à biblioteca para a “hora do conto”. As crianças devem interpretar o livro, através das gravuras, desenhos, pinturas, contando-as oralmente. Na alfabetização, quando os alunos já sabem ler devemos levá-los à pequenas leituras interpretando-as oralmente e até escrevendo algo sobre a história.
Para formarmos pequenos leitores, na escola, devemos incentivá-los e motivá-los a entrarem em contato com a literatura e a poesia. Apesar do progresso e o desenvolvimento acelerado da tecnologia, pois as crianças hoje, desde a tenrra idade já manuseiam com certas habilidades celulares, entram no computador e até na internet, que abre as portas do mundo para elas. Isto é algo maravilhoso, mas não basta. O livro se faz importante para cultivar e desenvolver a imaginação e a emoção infantil.
O ato de ler ou escrever um livro é um ato solitário, onde o leitor cria as suas próprias imagens e passeia com os personagens. A poesia não deve faltar na sala de aula, lida interpretada oralmente, declamada, interpretada com desenhos, pinturas, pois desenvolve a sensibilidade, estimula os tímidos e se descobre talentos. Sei de casos de alunos rebeldes, desinteressados, que na sala de aula descobriu-se seu talento e foi recuperado. O livro para se tornar interessante, deve respeitar a faixa etária do aluno e os seus interesses. Quando lecionava nas primeiras séries e no fundamental Língua portuguesa e Literatura no ensino médio sempre trabalhei muito com textos e o livro na sala de aula.
Não tínhamos ainda os recursos da internet, mas tínhamos uma biblioteca muito rica, que era visitada semanalmente pelos alunos com a bibliotecária orientando-os. Eu interagia com as outras artes: música, teatro, dança. Não me prendia aos livros didáticos. Hoje os professores dispõem dos recursos da internet, bastante usados. No entanto, muitos professores, por comodismo se abstêm de usar estas ferramentas que se encontram à sua disposição.
É muito comum usarem as famosas fichas de leitura, que podem levar o jovem a não ler, mas simplesmente usar a resenha do livro ,ou copiar da internet.Isto é muito comum quando o professor pede uma dissertação. Tive um caso na família, de um aluno, que até a terceira série do fundamental adorava ler e escrevia muito bem. Por causa de uma ficha de leitura, que a professora da quarta série pediu e não valorizou o seu trabalho, isto criou uma barreira intransponível, com a leitura. Depois de jovem e adulto, detestou literatura. O que pode fazer uma professora sem tato e sensibilidade com um aluno. O ensino está muito desqualificado.
Os professores saem das Faculdades mal preparados. É urgente que os professores recebam boa formação, conhecimento também psicológico e tenham sensibilidade para trabalharem coma literatura e ajudar a formar bons leitores e escritores. Quem não lê muito, não aprende a escrever.
Há vários tipos de leitura, segundo as motivações e os desejos dos leitores, ou dos objetivos atribuídos à leitura pela escola. Todos os professores das disciplinas devem interagir com o professor de Língua Portuguesa e Literatura. Todas as disciplinas do currículo devem levar os alunos a lerem textos descritivos, narrativos e dissertativos a fim de ajudar o aluno na compreensão de aspectos relacionados a dois grupos conceituais linguísticos importantes qual sejam: coerência e a coesão textuais presentes em todos os textos bem estruturados linguísticamente. Ler textos informativos, opinativos, divulgados nos meios de comunicação social: jornais, revistas, textos políticos, divulgação científica.
Se os professores tivessem uma formação contínua e usassem adequadamente as ferramentas da tecnologia, que têm a seu dispor e da criatividade, não teríamos tanto fracasso dos alunos em Língua Portuguesa. Não podemos desconhecer a safra de escritores e poetas jovens muito bons. Certamente em sua jornada escolar tiveram alguém, que os incentivou e os ajudou a se tornarem bons leitores e bons escritores.
SUELY BRAGA
Professora de Língua Portuguesa,, Literatura,Orientadora Educacional e escritora.
Osório, 03/03/2011.
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