Depois da crise mundial, o assunto mais comentado pelos meios de comunicação,
nos últimos tempos, é o Twitter. Entender essa nova mania da internet
não é uma tarefa simples. Confesso que criei a minha conta no
começo do ano passado, mas, por não encontrar utilidade alguma,
só comecei a usá-la em dezembro. Hoje, porém, estou contaminado
com a febre. O Twitter é um microblog que funciona também como
rede social. Assim, eu posto uma notícia, link ou algo que valha em até
140 caracteres. Todos que me seguem (Followers_me) receberão o post.
Enquanto recebo os posts de todos os que sigo (Following_me).
Entendeu mais ou menos? Ok. Então vamos ao que interessa: literatura
e arte. Em meio a infinitos perfis fakes, piadinhas e todo o tipo de inutilidade
que a web nos proporciona, há o conteúdo interessante. Você
pode acompanhar as novidades da programação do SESC/SP (http://twitter.com/sescsp),
tudo que rola de poesia pelo Brasil (http://twitter.com/poesiahoje),
as últimas do mundo da música na Rolling Stone (http://twitter.com/rollingstoneBR).
Além da informação diversa e instantânea que o
Twitter possibilita, há um movimento literário interessante feito
de escritores que estão se especializando em microcontos com 140 caracteres.
Inclusive, agora em abril inicia a segunda edição do 140 Letras,
concurso de microcontos via Twitter (http://twitter.com/140letras).
Os vencedores da primeira edição foram Danilo Prates (http://twitter.com/daniloprates),
Carlos Margarido (http://twitter.com/terminal1)
e Denis Pacheco (http://twitter.com/deniscp)
no concurso que teve mais de dois mil microcontos inscritos. A qualidade literária
dos textos é variada, uma vez que participaram escritores, jornalistas
e curiosos. Um Twitter bacana de microcontos é http://Twitter.com/microcontos,
de Carlos Seabra.
No entanto, a narrativa no Twitter não se limita a microcontos. Há
aqueles que tentam repartir textos de mais fôlego em fragmentos, como
a novela Edifício256 (http://twitter.com/edificio256),
que iniciou no último dia 14. A proposta é um capítulo
por dia repartido em diversos posts. Ao total serão oitenta capítulos.
O interessante em Edifício 256 é perceber as formas que Felipe
Barenco usa para condensar o texto que conta a história de amor entre
um nerd e uma prostituta num prédio mal-assombrado. Percebo que muito
da coesão se perde. E, particularmente, acho complicado ler as sequências
da novela que se misturam em meio às notícias de esporte, publicidade
e comentários de amigos que sigo.
Tratando-se de poesia, o Haikai é o grande privilegiado, pois é
perfeitamente concebível com apenas 140 letrinhas. Alguns bons exemplos
você encontra em http://twitter.com/haikai,
onde são postados Haikais de escritores consagrados e outros nem tanto.
Pelo que vi até hoje, é difícil afirmar se o Twitter
vai modificar a linguagem literária e criar novos gêneros que se
consolidem. Pode ser apenas uma das tantas modas da internet. Microcontos e
haikais são velhos conhecidos de quem consome literatura. O que vejo
de novo no Twitter é a velocidade com que o conteúdo, não
só literário, se propaga.
Bem, se você, assim como eu no ano passado, não achava utilidade
para o Twitter, espero ter ajudado. Abaixo os Twitters da equipe do Artistas
Gaúchos:
Isabel Bonorino - http://twitter.com/isabonorino
Mauro Paz - http://twitter.com/mauropaz
Marcelo Spalding - http://twitter.com/marcelospalding
Gaby Benedyct - http://twitter.com/azulgaleria
Nani Rios - http://twitter.com/nannirios
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