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Política Cultural

Os “Prefeitáveis” no território da covardia
Alexandre Vargas

Na primeira gestão municipal do prefeito José Fogaça, o que mais chama a atenção na ascensão, ou passagem, de pessoas nos cargos de “Coordenação de cultura” ou “Gestores de cultura” é um educado medo contra o crescimento. O fato é que temeram transformar a “Gestão cultural” de ontem em trabalho palpável, a serviço da nossa cidade. Caros “Gestores de cultura”, assumir o governo em democracia, com um sentido de serviço público, requer coragem. Coragem inclusive para deixar o cargo. Com ressalva a alguns “Gestores”, o governo Fogaça fez o percurso normal e em tais circunstâncias foi absolutamente medíocre. Nunca quis aderir ao movimento evolucionista que está acontecendo em outras capitais do nosso país: Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, entre outras. As últimas gestões municipais de cultura de Porto Alegre foram clandestinas, "soltas" e incipientes - Para tentar manter o nível desse artigo, não vamos falar aqui do governo Yeda Crusius e da atual Secretária de Cultura, a debutante Mônica Leal.

As “Gestões de cultura” muitas vezes são feitas por militantes e não tem a participação civil dos artistas. Por acaso, alguns artistas poderiam orientar e alertar muitas questões para termos dias mais felizes em nossas vidas. No entanto, no paraíso de calúnias e no território de ser eleito, os nossos “Gestores de cultura” tornam-se uns multimídias e suas “Governanças” um romance de quinta categoria.

Tenho demasiadas saudades da cidade de Porto Alegre, quando ativa culturalmente. Hoje não dizemos muito para esse Brasil. Mas, enquanto artista, há uma coisa que me preocupa, que é a libertinagem de procedimentos de INAÇÃO dos “Gestores de cultura”, blindados pelos “Prefeitáveis”. O surpreendente é que nada disso sucede em nossa Porto Alegre ao abrigo de um anonimato, é tudo explícito. Há inação, ninguém é responsabilizado. Neste aspecto, ocupar um cargo como “Gestor de cultura” é o paraíso territorial eleito dos covardes.

Porto Alegre não tem uma Política de Cultura consolidada, apenas um rascunho. Existem iniciativas bem mais estruturadas em outras capitais do nosso Brasil. Qual é, a avaliação, de importância das últimas “Gestões de cultura?” Nenhuma, pois elas não consolidam uma capacidade de “classe” — a artística —, de produzir, gerar, concorrer e conviver com os mercados. O assunto é demasiado importante para que os “Prefeitáveis” e o Estado fiquem de fora. Você conhece a Política de Cultura dos “Prefeitáveis”? Vê paralelos entre elas e a de outras capitais Brasileiras, ou mundiais? Essas Políticas de Cultura são parciais, desrespeitosas, se julgam acima do bem e do mal? Como são essas Políticas de Cultura?

Hoje, embora continue a achar que Porto Alegre tem fantásticos artistas, o panorama mudou e, talvez, para pior em muitas coisas. Faz-se muita politicagem das artes, que antes não se fazia. Digamos que, do ponto de vista técnico, das “Gestões de cultura”, a inocência dos tempos do idealismo político se perdeu nas querelas militantes partidárias e nas economias da democracia. Aproveite para incursionar pela memória recente da nossa Porto Alegre. Quais os fatos históricos artísticos e culturais que você julga mais marcantes? Todos provavelmente são da iniciativa privada.

Em Porto Alegre não parece haver mais lugar para a liberdade. Nos tempos de hoje, não é verdade que a liberdade seja uma conquista adquirida e um estado natural do homem na cidade. Há sutis ameaças à liberdade. Os “Prefeitáveis” confundem a liberdade com um catálogo de direitos que acham que lhes é devido. E não querem saber, que a liberdade significa deveres e responsabilidades. Os “Prefeitáveis” podem desfrutar dela, no entanto, muitos dos artistas sacrificam a vida sem sentir o seu cheiro.

Pergunto-me: “Se vier aí um novo” “Prefeitavel”, que relativiza tudo, será que os artistas, a maioria deles, lhe resistiriam?”. A desgraça é que não sei a resposta desta pergunta”. Nessa primeira década do novo milênio, o que resta de uma classe artística é a paralisia. Sucitada pela adesão de alguns artistas — na possibilidade de ganhar uma esmola — ao ciclo vicioso de “Prefeitaveis” calcados em velhas fórmulas de reestruturação política.

Os “Prefeitáveis” certamente já incorporaram o tratado com Menfisto e estão em pleno andamento em sua voraz escalada pela Prefeitura de Porto Alegre e pelo poder, não importando quais as formas que tomarão emprestado a fim de afirmar suas lideranças.

Os “Prefeitáveis” que unem a oportunidade com o oportunismo — oportunista não tem profissão, pode ser um artista inclusive — vêm cometendo as maiores e primitivas atrocidades com a produção cultural de Porto Alegre. De nada adianta a camada erudita de um Secretário de Cultura ou de um “Prefeitavel”, quando os artistas berram de fome porque não têm onde trabalhar.

31/07/2008

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