A situação de muitos de nossos acervos institucionais é crítica há longa data, como é de domínio público. Ultimamente, porém, fatos extremamente graves vêm acontecendo, sem que qualquer atitude seja tomada por parte das direções de certos centros de pesquisa no sentido de responder publicamente pelas suas responsabilidades.
Este e-mail tem por objetivo mais do que denunciar os atos criminosos que vem sendo cometidos e mantidos impunes, solicitar a AJUDA de todos vocês em prol da recuperação e manutenção do nosso patrimônio histórico.
O Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa foi vítima, no último inverno, de uma tentativa de roubo abortada na última hora. Na ocasião, uma enorme parte da coleção de revistas (entre as quais as coleções das revistas ilustradas dos anos 1920, Kodak, Mascara, Revista do Globo e A Tela) da instituição foi devidamente ensacada durante a madrugada e após abandonada na porta de entrada do museu, sendo encontrada pela manhã pelos funcionários e pesquisadores que chegavam para mais um dia de trabalho. Não houve arrombamento. Foram usadas chaves para acessar o museu. Nenhuma providência foi tomada após, além da determinação de que o acervo fosse recolocado em seu lugar original.
A Biblioteca Pública do Estado, Setor RS, infelizmente não teve a mesma sorte. Melhor dizer que nós, pesquisadores e população gaúcha em geral, legítimos donos do acervo por cuja guarda responde a instituição, não tivemos a mesma sorte. Foram roubadas no final do inverno a coleção completa da revista porto-alegrense Kosmos, de 1926, e parte da coleção da revista Kodak, também de publicação local, referente ao ano de 1912. Ambas são coleções únicas, raríssimas e de valor incalculável, que inúmeras pesquisas já proporcionaram, mas que ainda não tem a sua própria história publicada, uma das tarefas a que venho me dedicando, por sinal.
Muito provavelmente, esses roubos foram feitos sob encomenda e podem mesmo se destinar a colecionadores de fora da cidade, do Estado e do país. Mesmo assim, lhes escrevo pra ROGAR que fiquem atentos a qualquer informação que porventura venha a aparecer em suas visitas a sebos e livrarias, em seus contatos com colecionadores e bibliófilos, em suas instituições de trabalho e pesquisa, faculdades, salas de aula, grupos de pesquisa. Principalmente pelos próximos anos!
Não podemos ser cúmplices nem daqueles que furtam da história os seus registros por razões mercadológicas ou outras, nem daqueles que, apesar de responsáveis pela guarda e conservação dos bens patrimoniais, não assumem suas obrigações para com a população, não cumprem o seu papel executando o mínimo indispensável e não são, por isso, dignos de respeito, se tornando dessa forma cúmplices de tais atos e assim estimuladores de novas tentativas.
Por favor, ajudem nessa busca. Se possível, repassem este e-mail para aqueles que acreditem possam vir a colaborar.
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