APRENDÊNCIA
Artigo 1. Fazer-se um ser aprendente é estar vivo e aberto ao mundo, nele intervindo a vontade pela confiança exuberante de conhecer o que se oculta e aguarda revelação.
Artigo 2. Fazer-se um ser apresente é, pelos desafios, reconquistar valores, os bens expropriados de muitos pela voracidade de poucos.
Artigo 3. Fazer-se um ser aprendente é transviver do que se aprende, sustentar-se de seus frutos, nomear-se como identidade pessoal na construção do próprio sonho, e universal em suas compartições com sonho de outros.
Artigo 4. Fazer-se um ser aprendente é unir a cigarra e a formiga dentro do homem, cantar enquanto se constrói a casa do conhecimento, cimentar-se a realidade com a argila do sonho.
Artigo 5. Fazer-se um ser aprendente é aprender a aprender a desalienar-se e desumilhar-se.
Artigo 6. Fazer-se um ser aprendente é aprender a não excluir-se dos frutos da árvore da vida, ruminando a própria culpa.
Artigo 7. Fazer-se um ser aprendente é ensinar-se a aprender a alegria que salta, brinca e dança da vontade.
Artigo 8. Fazer-se um ser aprendente é encher a hora devida, a vida de sentido, o sentido de palavras e as palavras de alegria, alegria que é a matéria-prima do sonho.
Artigo 9. Fazer-se um ser aprendente é conhecer os limites, e transgredi-los.
Artigo 10. Fazer-se um ser aprendente é não esconder o sol dentro da alma, nem a palavra calada.
Paulo Roberto do Carmo
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